Aumento de doenças respiratórias: Prefeitura decreta emergência em Porto Alegre 526w4s

Diante do avanço da sazonalidade de vírus respiratórios e da alta nas internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), a Prefeitura de Porto Alegre declarou emergência em saúde pública no município. 1uh3u

O decreto está publicado no Diário Oficial de Porto Alegre (Dopa) desta sexta-feira, 16.

A medida tem como objetivo ampliar a capacidade de resposta da rede assistencial e evitar a desassistência da população mais vulnerável, especialmente crianças e idosos.

De acordo com o monitoramento da Secretaria Municipal de Saúde, houve um aumento progressivo de internações por Sindrome Respiratória desde os primeiros dias de abril.

A situação ocorre em paralelo à superlotação de leitos de prontos atendimentos e hospitais da Capital, agravada pela redução da oferta de atendimentos do SUS na região metropolitana.

Segundo o Boletim InfoGripe da Fiocruz, Porto Alegre encontra-se em nível de alerta para crescimento de longo prazo dos casos de Srag, com 95% de probabilidade de alta nas próximas semanas. As faixas etárias mais afetadas são as crianças de 0 a 4 anos (42,3% das notificações) e os idosos com 60 anos ou mais (36%).

Os dados mais recentes do sistema municipal indicam superlotação nos leitos de enfermaria adulto e pediátrico, tanto em unidades de pronto atendimento quanto em hospitais de média e alta complexidade. A ocupação crítica compromete a capacidade de atendimento imediato e pode resultar em desassistência em cenários de agravamento clínico. No atual período, Porto Alegre registra 10% a mais de ocupação em comparação com mesmo período do ano ado.

“Já alertamos há mais tempo: é preciso se antecipar ao agravamento do inverno. Não podemos esperar a crise bater à porta. Os recursos estaduais, infelizmente, seguem insuficientes. Mais uma vez, quem segura a ponta são os municípios — que, com esforço próprio e apoio da União, têm garantido o atendimento à população. É hora de reconhecer quem está na linha de frente e cobrar responsabilidade compartilhada”, avalia o secretário municipal de Saúde, Fernando Ritter.

Medidas extraordinárias – A declaração de emergência permite à istração municipal adotar medidas istrativas excepcionais e temporárias, como reforço de equipes, ampliação de leitos e flexibilização de processos de contratação e aquisição. A medida também viabiliza o o a recursos federais específicos para o enfrentamento da crise, conforme previsto na portaria GM/MS nº 6.914.

A prefeitura destaca que a situação é agravada pelo cenário epidemiológico da dengue, que já havia motivado outra declaração de emergência em abril. A combinação de surtos simultâneos pressiona ainda mais a rede pública de saúde, exigindo ações coordenadas, emergenciais e intersetoriais.

A SMS reforça que segue monitorando os indicadores em tempo real e mobilizando esforços para proteger a população de maior risco, com foco na manutenção da capacidade de resposta do sistema de saúde municipal.

Agência chinesa destaca queda da desigualdade no Brasil 6wb3u

Sinal do interesse crescente dos chineses pelo Brasil é o destaque dado pela agência estatal chinesa Xinhua aos indicadores divulgados pelo IBGE, mostrando a reduçao da desigualdade de renda no país: 5e4t72

“O Brasil atingiu seu menor nível de desigualdade de renda em 2024, graças ao aumento da renda média real per capita para níveis recordes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. 4o4l4a

O coeficiente de Gini da renda familiar mensal real per capita, principal medida de desigualdade, caiu para 0,506, o menor valor da série.

Esse indicador varia de 0 (igualdade perfeita) a 1 (desigualdade máxima) e atingiu seu ponto mais alto em 2018, em 0,545.

Paralelamente, a relação de rendimentos entre o 1% mais rico e os 40% mais pobres também foi a mais baixa desde 2012, situando-se em 36,2 vezes, longe do pico de 48,9 vezes registado em 2019.

“O aumento da renda foi mais acentuado entre os indivíduos de menor renda, o que contribuiu para a redução da desigualdade”, explicou Gustavo Fontes, analista do IBGE, destacando o impacto da melhora do mercado de trabalho, dos reajustes do salário mínimo e da ampliação dos programas sociais.

A renda familiar mensal real per capita atingiu o recorde de 2.020 reais (cerca de 355 dólares), o que representa um aumento de 4,7% em relação a 2023 e 19,1% a mais do que em 2012, quando teve início a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua).

A renda per capita total também atingiu seu maior nível: 438,3 bilhões de reais (77,308 bilhões de dólares), um aumento de 5,4% em relação a 2023 e de 15% em relação a 2019, antes da pandemia de COVID-19.

A renda de todas as fontes — incluindo salários, pensões e programas sociais — cresceu 2,9% em 2024, atingindo uma média de 3.057 reais (539 dólares). Dentro desse grupo, a renda do trabalho continua sendo a mais representativa, com uma participação de 74,9%, também em crescimento.

O número de pessoas com alguma forma de renda também foi o maior da série: 143,4 milhões de brasileiros receberam renda em 2024. Destes, 101,9 milhões receberam renda regular do trabalho e 29,2 milhões receberam benefícios de aposentadoria ou pensão.

Os benefícios dos programas sociais, embora representem apenas 3,8% da renda total, também mostraram progresso, atingindo 20,1 milhões de pessoas.

Apesar de estar abaixo do pico de 27,5 milhões em 2020, durante a pandemia, a cobertura continua maior do que em 2019, quando era de 1,7%.

Segundo o IBGE, o avanço registrado em 2024 reflete tanto a recuperação econômica pós-pandemia quanto as políticas públicas focadas na redistribuição de renda. As regiões Norte e Nordeste, as mais pobres do país, foram as que apresentaram as maiores variações positivas em relação a 2019″.

Multidão toma ruas de Montevidéo para se despedir de Pepe Mujica 2v2e50

Uma multidão tomou as ruas centrais de Montevidéo na manhã desta quarta-feira para a acompanhar o cortejo fúnebre de José “Pepe” Mujica, o ex-presidente uruguaio que morreu aos 89 anos, na terça-feira.

O cortejo se deslocou da sede do Movimento de Participação Popular, na praça da Independência, até a Assembleia Legislativa, na região central da capital uruguaia. Muitos militantes vestiam camisetas com a frase de Mujica: “No me voy, estoy llegando”.

Dos alto dos prédios e das calçadas, as pessoas aplaudiam e jogavam papel picado. O presidente Yamandu Orsi decretou três dias de luto oficial.

Ex-guerrilheiro que se tornou pacifista e chegou a presidência do Uruguay, Mujica morreu como um dos mais influentes líderes da esquerda mundial.

No início, a guerrilha

Em 8 de outubro de 1969, um grupo de guerrilheiros disfarçados em um cortejo fúnebre, marchou até a pequena cidade uruguaia de Pando, na região metropolitana de Montevideo.

Tomaram a delegacia de polícia, a prefeitura e a central telefônica, depois assaltaram vários bancos, antes de serem confrontados pelas forças armadas e expulsos. Cinco pessoas foram mortas, incluindo um civil.

Um dos líderes do grupo guerrilheiro Movimiento de Liberación Nacional–Tupamaros naquele dia era José Mujica, de 34 anos.

Quarenta anos depois, 12 deles ados na prisão,  ele chegou à presidência da República pelo voto popular e se tornou o mais famoso líder político da história do Uruguai.

Distinguiu-se da maioria dos políticos por doar 90% de seu salário presidencial para instituições de caridade e por continuar morando em sua pequena propriedade nos arredores da capital, dirigindo até o palácio presidencial em um velho Fusca.

Chamado de El Pepe pela maioria dos uruguaios, ele era amplamente conhecido como “o presidente mais pobre do mundo”.

Por sua simplicidade e sua sabedoria, conquistou grande apoio entre os jovens latino-americanos que iravam seus princípios progressistas e sua vida simples.

Lula lamenta a morte do amigo

Ainda em viagem à China, com fuso horário 11 horas à frente do Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nota oficial, na noite desta terça-feira (13), manhã de quarta-feira (14) em Pequim.

Lula exaltou a trajetória do velho amigo.

“Em seus quase 90 anos de vida, Mujica combateu fervorosamente a ditadura que um dia existiu em seu país. Defendeu, como poucos, a democracia. E nunca deixou de militar pela justiça social e o fim de todas as desigualdades”, prosseguiu o presidente.

“Sua grandeza humana ultraou as fronteiras do Uruguai e de seu mandato presidencial. A sabedoria de suas palavras formou um verdadeiro canto de unidade e fraternidade para a América Latina. E sua forma de compreender e explicar os desafios do mundo atual continuará guiando os movimentos sociais e políticos que buscam construir uma sociedade mais igualitária”, completou o presidente.

O último encontro entre os dois ocorreu na chácara de Mujica, nos arredores da capital uruguaia, no fim do ano ado. Na ocasião, Lula condecorou Mujica com a Ordem do Cruzeiro do Sul, a maior honraria concedida pelo Estado brasileiro a cidadãos estrangeiros.

Lula deve iniciar o retorno ao Brasil nas próximas horas, em uma viagem que levará mais de 24 horas.

O Palácio do Planalto ainda não informou se o presidente comparecerá ao velório de Mujica em Montevidéu, que deve ter início na manhã desta quarta-feira, segundo informam jornais uruguaios.

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O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, decretou luto oficial de três dias pela morte de Pepe Mujica, ex-presidente do Uruguai.

Discurso no Rio de Janeiro

Durante a Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – realizada Rio de Janeiro em 2012, o então presidente do Uruguai José Pepe Mujica fez um de seus discursos mais memoráveis:

“A política me encanta, mas a vida me encanta mais”, disse Pepe Mujica, na ocasião.
“Estamos governando a globalização ou é a globalização que nos governa? É possível falar de solidariedade e dizer que “estamos todos juntos” em uma economia baseada na competição selvagem? Até onde vai a nossa fraternidade?”, indagou.

Leia a íntegra:

Autoridades presentes de todas as partes do mundo e organismos, muito obrigado. Muito obrigado ao povo do Brasil e à sua senhora presidenta, Dilma Rousseff. Muito obrigado à boa fé que, com certeza, foi manifestada por todos os oradores que me antecederam.

Expressamos a vontade sincera, como governantes, de apoiar todos os acordos que esta, nossa pobre humanidade, possa firmar.

No entanto, permitam-me fazer algumas perguntas em voz alta.

Durante toda a tarde falou-se de desenvolvimento sustentável. De tirar as imensas massas da pobreza.

O que está realmente ando em nossas cabeças? O modelo de desenvolvimento e consumo das sociedades ricas é o que temos em mente? Faço esta pergunta: o que aconteceria com este planeta se os indianos tivessem a mesma proporção de carros por família que os alemães? Quanto oxigênio nos restaria para respirar? Mais claro ainda: o mundo tem hoje os elementos materiais necessários para permitir que 7 ou 8 bilhões de pessoas possam ter o mesmo nível de consumo e desperdício que as sociedades ocidentais mais opulentas? Isso seria possível? Ou será que um dia teremos que começar outro tipo de discussão?

Porque nós criamos esta civilização em que vivemos: filha do mercado, filha da competição, que nos trouxe um progresso material portentoso e explosivo. Mas a economia de mercado criou sociedades de mercado. E nos trouxe esta globalização, que significa olhar para todo o planeta.

Estamos governando a globalização ou é a globalização que nos governa? É possível falar de solidariedade e dizer que “estamos todos juntos” em uma economia baseada na competição selvagem? Até onde vai a nossa fraternidade?

Não digo isso para negar a importância deste evento. Pelo contrário: o desafio que temos pela frente é de proporções colossais. E a grande crise não é ecológica, é política.

O ser humano não governa hoje as forças que desencadeou, mas sim as forças que desencadeou governam o ser humano. E a vida. Porque não viemos ao planeta apenas para nos desenvolvermos, assim, de forma geral. Viemos ao planeta para ser felizes. Porque a vida é curta e a. E nenhum bem vale tanto quanto a vida — isso é o essencial.

Mas se a vida vai escapar por entre os dedos, trabalhando e trabalhando para consumir um “extra”… e a sociedade de consumo é o motor — porque, no fim das contas, se o consumo para, a economia para, e se a economia para, aparece o fantasma da estagnação para cada um de nós —, esse hiperconsumo é o que está agredindo o planeta.

E é preciso gerar esse hiperconsumo, fazendo com que as coisas durem pouco, porque é preciso vender muito. E uma lâmpada, então, não pode durar mais que mil horas acesa. Mas há lâmpadas que podem durar cem mil horas! Mas essas não podem ser fabricadas, porque o problema é o mercado, porque temos que trabalhar e sustentar uma civilização do “use e jogue fora”, e assim seguimos em um círculo vicioso.

Esses são problemas de natureza política que nos indicam que é hora de começar a lutar por outra cultura.

Não se trata de voltar à época das cavernas, nem de fazer um “monumento ao atraso”. Mas não podemos seguir indefinidamente sendo governados pelo mercado — temos que governar o mercado.

Por isso digo, na minha humilde maneira de pensar, que o problema que temos é de caráter político. Os antigos pensadores — Epicuro, Sêneca ou mesmo os aimarás — definiam: “pobre não é quem tem pouco, mas sim quem precisa infinitamente de muito e deseja cada vez mais.”

Essa é uma chave de caráter cultural.

Assim, quero saudar o esforço e os acordos que estão sendo feitos. E vou apoiá-los, como governante. Sei que algumas das coisas que estou dizendo “soam mal”. Mas temos que entender que a crise da água e a agressão ao meio ambiente não são a causa. A causa é o modelo de civilização que construímos. E o que temos que revisar é a nossa forma de viver.

Eu pertenço a um pequeno país muito bem-dotado de recursos naturais para viver. No meu país, há pouco mais de 3 milhões de habitantes. Mas há cerca de 13 milhões de vacas, das melhores do mundo. E uns 8 ou 10 milhões de excelentes ovelhas. Meu país é exportador de alimentos, de laticínios, de carne. É uma planície suavemente ondulada e quase 90% do seu território é aproveitável.

Meus companheiros trabalhadores lutaram muito pela jornada de 8 horas. E agora estão conseguindo jornadas de 6 horas. Mas quem trabalha 6 horas, consegue dois empregos. E, portanto, trabalha mais que antes. Por quê? Porque tem que pagar uma porção de parcelas: da moto, do carro, e paga parcelas e parcelas, e quando se dá conta, é um velho reumático — como eu — a quem a vida escapou.

E a gente se pergunta: esse é o destino da vida humana?

Essas coisas que digo são muito simples: o desenvolvimento não pode ser contra a felicidade. Tem que ser a favor da felicidade humana: do amor pela vida, das relações humanas, do cuidado com os filhos, de ter amigos, de ter o essencial.

Justamente porque esse é o maior tesouro que temos: a felicidade. Quando lutamos pelo meio ambiente, temos que lembrar que o primeiro elemento do meio ambiente se chama felicidade humana”.

 

Fraudes no INSS: quatro mil ações na Justiça por descontos da “Universidade da Felicidade” 5j6y33

Márcia Turcato
A Associação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (ABRAPPS), que se diz “voltada ao atendimento de aposentados” e, em seu portal,  tem o nome fantasia de
“Universidade da Felicidade” (www.abrapps.org.br), exibe uma lista de atividades que oferece a esse público.

No entanto, não informa quem são os gestores da instituição, com endereço físico na avenida Borges de Medeiros, em Porto Alegre. E responde a mais de 4 mil processos na Justiça.
Procurada para responder perguntas relacionadas a um possível desconto não autorizado na pensão de aposentados, Amanda Moraes, que se apresentou como gerente operacional da associação, informou por nota que “todas as adesões a ABRAPPS são realizadas de forma 100% presencial, mediante apresentação da documentação exigida, registro fotográfico, coleta de
biometria e do termo de adesão”.

Ainda de acordo com a gerente a operacional, a ABRAPPS “tem 16 anos de história e seis mil associados ativos com desconto via INSS”.
Essa afirmação não se sustenta. O aposentado Alberto Reinaldo Reppold, 91 anos de idade, óptico, nunca esteve na sede da ABRAPPS, desconhece seu endereço, não
aderiu à associação e mesmo assim foi descontado durante 20 meses. Sem conferir o extrato do INSS, só descobriu que sofreu o abuso financeiro porque seu filho, alertado pelo noticiário, buscou informações no site do INSS. Ao longo desse período, Reppold acumulou
um prejuízo de R$ 1.300,00. Ele recebe cerca de R$ 3.000,00 de aposentadoria.
Uma rápida consulta ao portal do Judiciário, confirma que a ABRAPPS realiza descontos não autorizados por aposentados igualzinho como aconteceu com o Reppold. Em São Paulo há uma ação que condena a entidade a restituir o valor que foi descontado e a indenizar a aposentada lesada. Em Pernambuco também a associação responde na justiça por realizar desconto indevido. A aposentada pede ressarcimento e indenização. Também há ações coletivas contra a ABRAPPS. Na comarca de Porto Alegre há uma ação singular. O acórdão do TJ-RS esclarece sobre
“demanda que versa sobre danos causados por suposta fraude praticada contra o consumidor”. Neste caso, a aposentada, sem ter autorizado sua adesão, foi descontada a partir de 2018 e ajuizou a ação no dia dois de março de 2022. No entanto, a ABRAPPS apresentou documentos comprovando a adesão da mulher à entidade. O que levanta suspeitas sobre todo o sistema de comunicação entre esse tipo de entidade, o INSS e o
sistema bancário.
Há ações contra a ABRAPPS, por descontos não autorizados, em todo o Brasil. O site JusBrasil (www.jusbrasil.com.br) tem 50 páginas virtuais que relatam ações envolvendo a ABRAPPS, com 4.369 casos relatados. Na maioria delas, os aposentados reclamam de
descontos não autorizados.

Uma outra ação, no TRF-3, trata sobre o imposto de renda devido sobre as aplicações financeiras da ABRAPPS. A associação havia obtido uma liminar que a livrava do
pagamento de imposto sobre as aplicações, mas o TRF-3 entendeu que “não há nos autos prova suficiente para ter havido fundamento legítimo para a apelante -a ABRAPPS- ter deixado de fazer as retenções que geraram a cobrança” (do imposto de renda não
declarado).

Saiba mais: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/busca?q=recurso+da+abrapps&p=3

 

Quando a notícia pode salvar vidas: o papel do jornalismo no combate às ditaduras 2u612w

Márcia Turcato*

O livro “Quando a Notícia Pode Salvar Vidas – Quatro décadas do Prêmio de Direitos Humanos de Jornalismo” é um importante documento sobre a ditadura civil-militar e o avanço civilizatório alcançado com a redemocratização do país.

A publicação, de 206 páginas, coloca numa perspectiva histórica as reportagens laureadas de 1984 até 2024. Foi lançada na noite da última segunda-feira (5) no auditório da Ordem dos Advogados (OAB-RS), em Porto Alegre (RS).

Organizado pelo jornalista Elmar Bones, da Editora JÁ, com supervisão dos coordenadores do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) Jair Krischke (presidente), Afonso Licks (secretário) e Lidiane Blanco (conselheira) e apoio cultural OAB-RS, o livro destaca a que em 1973 as ditaduras também alcançaram o Uruguai, o Chile e, em 1976, a Argentina.
Nesse cenário de risco, Porto Alegre surgia como uma cidade estratégica por ser próxima da fronteira. Nos primeiros anos da ditadura sul-americana, o desafio era um só: salvar a vida de pessoas perseguidas pelos regimes de exceção. Também seus familiares precisavam de auxílio e pessoas próximas corriam perigo. E foi assim que uma cooperação solidária se estabeleceu entre aqueles que defendiam a democracia, culminando com a criação do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), que precisou recorrer à justiça para ter seu registro cartorial, o que ocorreu em 11 de agosto de 1980. Nesse período, vários jornalistas ajudaram o movimento a salvar vidas com informações que obtinham nas redações.

Para homenagear os profissionais que defendem os direitos humanos em seu ofício, numa tarde de 1984, com a ajuda da jornalista Ivone Cassol, Jair Krisch e Afonso Licks redigiram o primeiro regulamento do prêmio. Desde a sua criação, o prêmio não oferece dinheiro, apenas o troféu e o certificado. O que importa, é o propósito, é participar de uma causa justa e, como diz o título do livro, ter a possibilidade de salvar vidas.

Serviço:
Livro disponível no formato digital no site do MJDH

Livro físico a R$ 50,00 está disponível para compra na Editora JÁ e no portal Amazon

Editado por: Vivian Virissimo
* Reproduzido do Brasil de Fato

Quando a notícia pode salvar vidas: onde encontrar o livro v5g2m

Lançado na segunda-feira, 5, o livro Quando a notícia pode salvar vidas – Quatro décadas do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, é uma iniciativa do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH), produzido por Jornal JÁ Editora com apoio da seccional gaúcha da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS)e da Caixa de Assistência dos Advogados (CAA-RS).

A cerimônia ocorreu no Espaço OAB-Cubo, seguida de um com jornalistas e teve transmissão ao vivo pelo canal da OAB no YouTube, onde pode ser assistida.

O livro traz um breve relato da evolução dos Direitos Humanos no mundo nos últimos 25 séculos, da formação do MJDH e da trajetória do Prêmio, um dos mais longevos do Brasil. Também registra, ano a ano, os jornalistas laureados e os títulos dos trabalhos premiados de 1984 a 2023.

Loraine Chaves recebe troféu de Jair Krishke| Foto Ramiro Sanchez/JÁ

Na abertura do evento, o MJDH prestou uma homenagem ao premiado fotojornalista Ricardo Chaves, que faleceu recentemente, com a entrega de um troféu de autoria de Mário Cladera à viúva, Loraine Chaves.

O livro impresso, de 206 páginas, pode ser adquirido por 50 reais, neste site, clicando aqui, na Amazon, clicando aqui, e nas boas livrarias. A versão digital está disponível em PDF e em EPUB para gratuito na página do MJDH.

Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo ganha livro e de debates 5mm5o

O Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH) lança hoje, às 19 horas, o livro Quando a notícia pode salvar vidas – Quatro décadas do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo, com um com os jornalistas Elmar Bones (editor do livro), Itamar Aguiar (repórter fotográfico), Fábio Canatta (professor de Jornalismo), Nilson Mariano (mestre em História e escritor) e Tatiana Sager (pós-graduada em Economia Social e diretora da Panda Filmes e Falange Produções).

O livro relata um caso exemplar de simbiose entre Direitos Humanos e Jornalismo: a história de um certame jornalístico que, sem oferecer qualquer prêmio em dinheiro, tornou-se um dos mais concorridos do país, com inscrições inclusive do exterior.

Criado para estimular nas redações a abordagem de temas de Direitos Humanos, fortaleceu as atividades dos seus defensores e enriqueceu a pauta dos jornalistas. O material recolhido nas inscrições ao Prêmio é um acervo impressionante sobre a evolução da luta pelos Direitos Humanos.

O Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo foi criado em 1984 pelo Movimento de Justiça e Direitos Humanos em parceria com a seccional do Rio Grande do Sul da Ordem dos Advogados do Brasil, que também custeou a pesquisa e a produção deste livro, juntamente com a Caixa de Assistência dos Advogados do RS.

O leitor encontrará um breve histórico da evolução dos Direitos Humanos, da trajetória do MJDH e do Prêmio. Estão registrados os nomes dos jornalistas premiados de 1984 a 2023 e os títulos desses trabalhos. Um memorial com as reportagens, fotos, o aos áudios e vídeos está sendo construído.

SERVIÇO

Lançamento do livro Quando a notícia pode salvar vidas – Quatro décadas do Prêmio Direitos Humanos de Jornalismo. Jornal JÁ Editora/MJDH, 2025

Dia 5 de maio, a partir das 19 horas

No espaço OAB/Cubo: Rua Manoelito de Ornellas, nº 55 – Térreo, bairro Praia de Belas, em Porto Alegre/RS.

 

 

Fraudes no INSS: novas revelações tornam insustentável a posição do ministro Carlos Lupi 583m22

Tornou-se insustentável a posição de Carlos Lupi no Ministério da Previdência depois das informações divulgadas nos últimos dias pela advogada Tonia Galleti.

Ex-conselheira do INSS, onde representava o Sindinapi, a advogada declarou ao Globo que já em fevereiro de 2023, nos primeiros dias do atual governo  fez alertas ao ministro sobre as fraudes nos descontos de aposentados e pensionistas.

Mais: numa das primeiras reuniões do Conselho Nacional da Previdência, em junho de 2023, ela sugeriu que a questão dos descontos indevidos fosse incluída na reunião.  Lupi alegou que a pauta já estava pronta e adiou o assunto.

Atas das reuniões adas à imprensa mostram que o ministro nada fez e só foi tomar as primeiras providências um ano depois.

Os descontos indevidos na folha de pagamento dos aposentados e pensionistas do INSS configuram uma das maiores fraudes já registradas no país.

Uma auditoria feita pela Controladoria Geral da União estima que mais de R$ 6 bilhões foram indevidamente reados a associações e entidades sindicais que tem Acordos de Cooperação Técnica com o INSS, que permitem descontar em folha mensalidades ou contribuições para essas entidades.

Os números ainda são parciais, mas estima-se que 7,7 milhões de aposentados e pensionistas foram lesados em todo o pais.

O INSS já garantiu que vai devolver todos os descontos feitos indevidamente e a Polícia Federal já fez cinco prisões e apreensões de bens e imóveis numa operação desencadeada na semana ada.

Segundo a auditoria da AGU, as fraudes começaram em 2019, no governo Bolsonaro, quando foram flexibilizadas as regras para  os descontos na folha de pagamentos do INSS.

A Auditoria, iniciada em 2024 e concluída no início deste ano, envolveu 11 das 33 entidades que tem Acordos de Cooperação Técnica com o INSS e que respondem por 94% dos rees feitos até maio de 2024.

Das 11 associações auditadas, dez foram criadas entre 2019 e 2022, ano em que cinco entidades firmaram ACTs com o INSS. Só uma foi criada a partir de 2023, quando iniciou o atual governo . Os rees explodiram de R$ 640 milhões em 2019 para R$ 2,6 bilhões em 2024.

A leniência de Lupi em relação às fraudes ameaça jogar no colo do governo Lula um escândalo monumental que tem raízes no governo Bolsonaro e que só no atual começou a ser investigado.

Lupi, ex-presidente do PDT, é peça chave nas alianças do governo para as eleições de  2026 e as pressões para derrubá-lo crescem dos dois lados – da oposição a Lula, que vê em sua demissão por conta das fraudes um  forte desgaste para o governo, e de aliados que são críticos da atuação de Lupi à frente do ministério.

Última entrevista do torturador: áudio será doado ao acervo do Movimento de Justiça e Direitos Humanos 2y4f6c

Será lançado nesta terça-feira, 22/04, o livro “Confissões de um torturador: a última entrevista do coronel Ustra”, da jornalista Cleidi Pereira, na ARI – Associação Riograndense de Imprensa, em Porto Alegre.

Haverá um às 18h30 para debater o papel do jornalismo na ditadura, seguido de uma sessão de autógrafos às 20h, no Bar da ARI (Av. Borges de Medeiros, 915, 8º andar).

O também contará com a presença do jornalista Elmar Bones, diretor do jornal JÁ e um dos fundadores da Coojornal, e do historiador Jair Krischke, presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos (MJDH). A mediação será da jornalista Márcia Christofoli, publisher do portal Coletiva.net.

No evento, Cleidi, que é escritora e pesquisadora radicada em Lisboa, irá formalizar a entrega do áudio da entrevista, realizada em 2014, para o acervo do MJDH, cujo trabalho em prol da memória coletiva é reconhecido pela Unesco. O presidente da entidade, Jair Krischke, é quem assina o prefácio do livro:

“É mister considerar e assinalar que o Brasil é um país sem políticas públicas de memória, ao contrário do Uruguai, do Chile e da Argentina, antes do atual presidente, motivo pelo qual saudamos ainda mais tal livro. A inexistência das referidas políticas é suprida, em parte, por livros como este”, escreveu Krischke, referência mundial em direitos humanos.

Primeiro militar reconhecido pela Justiça brasileira como torturador, Brilhante Ustra, natural de Santa Maria (RS), chefiou, entre 1970 e 1974, o Destacamento de Operações de Informações – Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), em São Paulo.

Nesse período, conforme relatórios como o do Grupo Tortura Nunca Mais e da Comissão Nacional da Verdade, 502 pessoas foram torturadas no local, sendo que 50 foram assassinadas pelos agentes do órgão, sob o comando de Ustra, que morreu em 2015, impune.

Na entrevista concedida a Cleidi, então repórter do jornal Zero Hora, Ustra itiu, por exemplo, a realização de “interrogatórios contínuos”, ou seja, sem que os presos pudessem dormir – uma forma reconhecida de tortura, o que ele ou a vida negando, apesar dos inúmeros relatos e, inclusive, condenação na ação da família Teles.

“Essa entrevista foi o mais próximo que Ustra chegou de uma confissão: nas entrelinhas, nas contradições de suas falas e, principalmente, ao cometer esse deslize e itir a realização de interrogatórios contínuos. Como jornalista, sentia o dever de contribuir com a preservação da memória sobre um dos mais sombrios períodos da história do nosso país”, afirmou Cleidi.

No livro de 189 páginas, publicado pela editora Insular, de Florianópolis, além do conteúdo das 2h30 de conversa praticamente na íntegra, a jornalista narra os bastidores da entrevista, traz relatos de sobreviventes e dedica o último capítulo para listar todos os nomes e biografias das 60 vítimas em que Ustra aparece na cadeia de autoria, conforme relatório final da Comissão Nacional da Verdade.

Durante o período em que Ustra chefiou o DOI-Codi, de 29 de setembro de 1970 a 23 de janeiro de 1974, foram registradas ao menos 45 mortes e desaparecimentos forçados, de acordo com relatório elaborado pela Comissão Nacional da Verdade, que apurou casos de tortura e sumiço de presos políticos durante os governos militares.

Ustra foi o primeiro militar brasileiro a responder por um processo de tortura durante a ditadura (1964-1985). Na ação, os ex-presos políticos César Augusto Teles, Maria Amélia de Almeida Teles, Janaína de Almeida Teles, Edson Luis de Almeida Teles e Criméia Alice Schmidt de Almeida acusavam o coronel de exercitar violência e crueldade contra prisioneiros ao longo da década de 70. (Com Coletiva. Net) 

 

Estímulo ao consumo interno faz economia chinesa crescer 5,5% no primeiro trimestre 44692h

Ganhou manchetes no mundo inteiro o crescimento de 5,5% do PIB da China no primeiro trimestre de 2025.

O resultado, divulgado ontem,  superou até a previsão otimista do governo chinês, que era crescer 5%, o mesmo índice de 2024.

Na imprensa brasileira, a notícia foi dada com a advertência de que o ritmo não deve ser mantido devido as restrições do governo de Donald Trump.

Na verdade, o crescimento chinês resulta de um amplo programa de estímulo ao consumo interno lançado pelo governo no ínício do ano, exatamente, para neutralizar as previsíveis turbulências externas.

A produção industrial cresceu 7,.7% em março, com a expectativa de expansão do consumo .No acumulado de janeiro a março, a produção industrial cresceu 6,5% em relação ao mesmo período de 2024, mostrando aceleração frente ao avanço de 5,9% observado nos dois primeiros meses do ano.

Os dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatística mostram que os setores de “equipamentos e de alta tecnologia estão contribuindo cada vez mais para a produção industrial, sinalizando progresso contínuo nos esforços do país para tornar sua indústria mais inteligente, mais sustentável e mais sofisticada”, como disse Sheng Laiyun, vice-chefe do DNE, em uma entrevista coletiva.

A produção do setor de fabricação de equipamentos, que representou 33,7% da produção industrial total, subiu 10,9% no primeiro trimestre do ano.

O setor de manufatura de alta tecnologia, responsável por 15,7% do total da produção industrial, registrou crescimento anual de 9,7% no valor adicionado da produção no mesmo período.

As produções de veículos elétricos e de robôs industriais aumentaram, respectivamente, 45,4% e 26%, conforme os dados do DNE.

As vendas no varejo de bens de consumo da China cresceram 4,6% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao mesmo período do ano ado, impulsionadas pelas políticas governamentais pró-consumo.

No total, as vendas no varejo de bens de consumo somaram 12,47 trilhões de yuans ( 1,73 trilhão de dólares) no período entre janeiro e março.

Somente em março, as vendas varejistas de bens de consumo subiram 5,9% em relação ao mesmo período do ano ado, acima dos 4% registrado nos dois primeiros meses do ano, de acordo com a entidade.

As vendas online no varejo da China aumentaram 7,9% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período do ano ado, mantendo um crescimento relativamente acelerado.

Impulsionadas pelo programa governamental de substituição de bens de consumo, as vendas de dispositivos de comunicação saltaram 26,9%, enquanto as de eletrodomésticos e equipamentos de áudio cresceram 19,3%.

A China posicionou o aumento dos gastos e a expansão da demanda interna como prioridade na agenda econômica deste ano.

No mês ado, o país lançou um pacote abrangente de políticas pró-consumo, visando fortalecer a confiança de consumidores por meio de medidas como a promoção do aumento de renda e a redução de encargos financeiros.

Como parte dos esforços mais amplos para estimular a demanda doméstica, a China também renovou em 2025 seu programa de substituição de bens de consumo, aumentando o financiamento de 150 bilhões de yuans no ano ado para 300 bilhões de yuans, por meio da emissão de títulos especiais do tesouro de prazo ultralongo, e estendendo subsídios para mais aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, como smartphones, tablets e smartwatches.

“Diante do cenário atual, essas políticas estão surtindo efeito e seu impacto se torna cada vez mais evidente”, afirmou Sheng Laiyun, vice-diretor do DNE, em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira.

Ele citou dados do Ministério do Comércio que mostram que, até 7 de abril, os consumidores chineses haviam adquirido 35,71 milhões de unidades de eletrodomésticos por meio do programa de substituição e submetido 2,085 milhões de solicitações para subsídios de substituição de veículos.

Destaca-se ainda que o consumo de serviços expandiu-se ainda mais rápido que o de bens no trimestre, com as vendas no varejo de serviços crescendo 5% em termos anuais.

Sheng ressaltou, em particular, o crescimento de dois dígitos no consumo associados à atualização da estrutura de consumo.

Nos primeiros três meses de 2025, os gastos per capita chinês com transporte e comunicação aumentaram 10,4% anualmente e os destinados a educação, cultura e entretenimento cresceram 13,9% em termos anuais.

“O gasto com serviços é um setor chave para sustentar o crescimento do consumo no futuro e apresenta um potencial significativo de crescimento”, destacou Sheng.

(Com informações da Agência Nova China)